segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sobrenaturalismo: A Religião Sem Limites

Quero conversar um pouco sobre um outro drama da espiritualidade: o sobrenaturalismo. De certa forma está ligado ao assunto de domingo passado, mas sob um enfoque um pouco diferente.

Todo mundo sabe que toda a religião tem um limite. É fácil a gente descobrir isto, especialmente quando se sabe que a religião é gerada pelo ser humano. Se o ser humano que “faz” religião é finito, a religião “produzida” por ele também não irá além do seu tamanho. Isto parece óbvio.

Só que não é tão simples assim. Por exemplo, quando você conversa com outra pessoa, vê alguma coisa bela, ou, em outro exemplo, quando você arrisca fazer alguma coisa cujo resultado você não sabe direito o que vai ser, seja algo perigoso, ou ainda mudar de emprego, algo novo, ambiente diferente, e por aí vai. O que você está fazendo na verdade é tentando ir além. É isto mesmo: toda a aventura ao desconhecido, ao inovador, que faz você ficar pensando como será, o que será, de que jeito será, como se tentasse adivinhar o que você ainda não viu e não sabe, é sempre a dor de querer ir além do que você é. Isto é válido para o lanche da noite que pode lhe causar azia, a expectativa de uma pescaria, ou a tentativa de conhecer o que existe de oculto numa pessoa. É válido para tudo o que você faz, como virar uma esquina sem saber o que poderá acontecer, conhecer lugares novos e pessoas diferentes. O ser humano vive uma aventura de rompimento: ele sempre precisa ser desafiado a vencer os seus limites. Se isto fez você pensar nos esportes radicais, de gente que fica pulando de ponta-cabeça em pontes, preso por grandes elásticos, ou subindo a encosta de uma montanha fincando grampos e dependurando-se em cordas, se você de fato está pensando nisto, então creio que estamos nos entendendo.

Não preciso dizer que a religião faz parte disto. Poderíamos dizer que religião é esta aventura ao sobrenatural, em tentar ultrapassar qualquer limite que possa nos “transportar” para os mistérios ocultos. Não estou dizendo que religião é só isto, pois não é. Contudo, no que diz respeito ao nosso tema, podemos compreender a sobrenaturalidade como esta tentativa de ir além, muito além, do nosso mundo finito.

Algumas religiões não são textuais, ou seja, não têm os seus fundamentos em um texto. As religiões africanas são um exemplo. Por tabela, muitas religiões brasileiras também são outro exemplo. A fonte não é um texto, mas a experiência. A autoridade de uma pessoa, sua liderança, o respeito que impõe ao grupo, o domínio que mantém, etc., dependem do grau de experiência que esta pessoa possui e ao nível ou característica do deus que adora, como no caso do candomblé.

Desculpe o excesso de informação, mas é preciso entender um pouco (neste caso é “pouquíssicíssimo” mesmo, diria o Chaves) sobre a diferença entre o sobrenaturalismo em religiões não-textuais com o sobrenaturalismo cristão, cuja religião é baseada num texto.

Numa outra hora, quando não sei, voltaremos a este tema. Por agora estou apenas querendo dizer que o texto bíblico é uma forma de construir uma religião desprovida, no máximo possível, de “sobrenaturalismo”. Se você pensa assim: Esta experiência foi o Espírito Santo que me deu e não importa o que qualquer pessoa diga, eu sei que veio de Deus e que portanto é válida... é provável que você esteja “misturando” uma religião do tipo “experimental” com uma outra “textual”. É claro que isto é uma besteira porque não existe uma religião absolutamente “pura”, sem algo de sobrenatural, nem o cristianismo. Contudo, quando você coloca a experiência em primeiro lugar e usa o texto só para confirmar a experiência, certamente você está invertendo o sistema cristão, que é primeiro o texto, depois a experiência. Não é a experiência que valida o texto, mas o texto que valida a experiência. Você não passa a acreditar por causa da experiência, mas você acredita porque a Bíblia diz que isto seria, ou é, assim. Mesmo que a experiência não aconteça como você pensou que deveria ser, não existe problema algum. A “verdade” continua “verdadeira” apesar de não haver experiências porque a “verdade” está no texto e não na experiência. O texto serve então como “redutor” das experiências. Em outras palavras, você não deve buscar a experiência, mas o texto.

Hoje eu só estou pedindo desculpas e novamente sou obrigado a fazê-lo por causa da complicação do assunto, que já ficou longo demais. Acho que já dá para você entender porque há tantas igrejas enfatizando tantas experiências que na Bíblia só aparecem como sombra. É o caso do “cair pelo sopro do Espírito”, que tem a sua “base” em Daniel 8:16-18. Transformada em doutrina, passou a ser sinônimo de “espiritualidade”. Todo aquele “tomado” pelo Espírito tem que cair, e assim por diante. Talvez Ezequiel não fosse nada, nem tivesse qualquer espiritualidade, pois o próprio Senhor lhe disse: “Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo”. Em pé ou caído, onde está a verdade? Com quem Deus fala? Bem, isto já é uma outra história.

Pr. Dr. Natanael Gabriel Da Silva

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O conceito e a doutrina de Justificação.

Precedendo a doutrina da justificação, devemos deixar notório o perdão dos nossos pecados. A bíblia afirma em Rm 3. 23, que todos nós pecamos, e, por isso, estamos separados da glória de Deus. Todavia, na continuação do texto no VS/25, é relatado que pelo o sangue de Jesus, nossos pecados que nos separavam da glória de Deus foram remidos. Estamos livres! Não há mais condenação contra nós por causa de nossos pecados, pois, Cristo nos remiu pelo derramamento do seu sangue na cruz, e hoje perdoa todos os pecados. Se nós cremos em Cristo, Deus não coloca na balança os nossos pecados, outrora, cometidos. E, hoje, obedecemos aos mandamentos de Deus, obediência essa que é fruto da graça de Deus em nossas vidas.


Ao conseguimos o perdão de Deus não por mérito nosso, mas, sim, de Cristo, nós nos tornamos salvos, e várias obras acontecem em nosso ser, obras essas que no conceito teológico é chamado de soteriologia, que é o estudo dos atos salvíficos de Deus; e dentre desses atos se encontra a justificação. O que seria a justificação? O dicionário da Almeida corrigida e fiel irá definir assim:

"È o ato de Deus por meio do qual Ele não
somente perdoa o pecado dos crentes, mas também os
declara perfeitamente justos por meio da imputação da
obediência e da justiça do próprio Cristo sobre eles mediante
a fé. Na justificação, Deus “deposita” a justiça de Cristo na
conta do crente – Ele atribui ao cristão a perfeição moral de
Seu próprio Filho."

Também, através dos meus estudos eu posso descrever que ser justificados por Deus é o conhecimento de que fomos achados inocentes por Ele ao ter sido julgado. Isso se torna um ato legal e um veredicto. Nossos crimes (pecados) não nos condenam mais, e isso ocorre através da graça conforme o texto de Rm 3. 24. Essa graça que foi propagada através de Cristo; logo, a justiça de Cristo foi imputada para nós, sendo reconhecida como nossa a partir do momento em que eu confiei nele. Pela obediência de Cristo, muitos conseguiram a justiça Rm 5. 19.


Agora, através dessa salvação que nos trouxe a justificação todos os rituais da com base para a salvação que se encontrava na legislação da velha aliança estão derrubados. No Velho Testamento as pessoas também eram justificadas não pela fé, mas, sim, pela lei. Vamos nos aprofundar na idéia da justiça e justificação no Velho Testamento. Começa a falar da justiça das pessoas no exílio. O exílio foi um divisor de águas, na idéia da justiça. Antes do exílio pouco se fala da justiça do individuo, pois, eles deveriam andar na justiça nacional, ou seja, a justiça para uma totalidade (povo). Com isso a presença de Deus entre o povo abrangia – os; mas, depois disso a garantia da parte Deus para o povo ficou sendo a lei, que previa claras condições para a justiça entre os indivíduos, e, ao mesmo tempo, a linha que teria que andar para participar da justiça de Deus, e nela permanece. Quando os salmistas se referem como sendo justos, estão querendo falar que são membros da nação onde opera a justiça de Deus. Ou seja, antes do exílio a justificação era para aqueles que faziam parte da tribo, onde habitava a justiça de Deus e suas leis. Logo após o passar do período do Antigo Testamento como do exílio, nós entramos no período intertestamentário, e a justiça começa ter a idéia de bondade (graça). Contudo, doravante, a justificação assume seus conceitos novos no Novo Testamento, deixando a idéia da lei e da nacionalidade, se tornando acessível para todos os povos mediante a fé; mas, veremos isso melhor mais para frente.


A pessoa que mais usa a idéia da justificação no Novo Testamento é Paulo, o apóstolo dos gentios. Ele faz uma ligação interessante com o Antigo Testamento, mostrando que a justificação vem da parte de Deus. Porém, essa justiça é um modo que Ele trata seu povo, baseando – se na sua aliança, constituído – se uma nova humanidade, um novo “Israel” com Judeus e Gentios. E o resultado na vinda de Cristo foi o ato de “declarar justo”, ou seja, a justificação (dikaiosis). Continuando, Paulo mostra que o homem é justificado somente pela fé em Cristo (Rm 5.1), confiando na graça de Deus; por conseguinte, o resultado da justiça de Deus, que outrora era pela lei, agora é a justificação gratuitamente pela graça (Rm 3. 21 e 22). Através da obra de Cristo na cruz, podemos encarar dois aspectos: 1º Só podemos experimentá – la mediante a fé; 2º A sua morte expia nossos pecados, porque, é prova da justiça de Deus.


Antes de encerrar essa seção, gostaria de fazer alusão a dois pensadores. O primeiro é Karl Barth; em sua teoria de justificação ele define que a justiça de Deus é como sendo aquela revelada no evangelho de Rm 1. 16 e 17:

“Ali, fica claro que o evangelho é a revelação da Justiça (dikaiosyne) também chamada de Justificação (dikaiosis) (Rm 4.25 e 5.18) e mandamento (dikaioma) (Rm 5.16). É a revelação da justa decisão final de Deus, que, para todo aquele que a reconhece pela fé, o poder de Deus”

O segundo é J. A. Ziesles. Ele diz que:

“A verdadeira justiça não consiste em cumprimento da lei, pois o cristão morreu para a lei, como caminho da justificação e caminho da retidão. Mesmo assim, se Deus olha para os crentes tão somente como eles se acham em Cristo, pode declará – los justos de modo apropriado, pois Nele – e somente Nele – são justos, devendo, portanto, ser inocente. Aqui nada há de ficção”

A sua idéia de justificação é a mais bem elaborada dos outros pensadores que eu estudei.

Maurício Montagnero.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Boas Novas para Você.

Ás vezes me encontro pensando sobre a vida e vejo o quão sem sentido ela é... Vemos que nossas vidas é um constante vazio quando resolvemos fazer uma alta – análise dela. Imagine! Nascemos, passamos por uma vida cheio de angústias, irritações e depressões; em um mundo hostil e egoísta; e no final de tudo a nossa existência vem a se findar, a tão temida morte vem nos encontrar, e depois dela não achamos mais nada, só o fim. Logo, isso mostra o vazio da vida sendo vivida sem Jesus, o Cristo. Por isso gostaria de lhe mostrar o plano da Salvação de Deus.

Nós fomos separados de Deus por causa dos nossos pecados, como diz Romanos 3.23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,”. Porém, Deus quer nos resgatar deste pecado, e assim nos ofereceu Jesus para morrer e ressuscitar para Salvar - nos, como fala Romanos 10. 9: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”. Todavia, Deus não fez de nós máquinas que lhe dedicassem amor e obediência automáticas; pelo contrário, proveu-nos de vontade própria e deu-nos a liberdade de escolha1. No entanto, pensamos que nossas tentativas nos aproximam de Deus, como: Boas obras, Religião, Inteligência e Moralidade. Apesar de Deus parabenizar-nos por isso, não é o bastante para encontrarmos a Salvação, que só encontramos em reconhecer Jesus como Senhor e Salvador e seguir seus mandamentos que se encontra na Bíblia. E essa Salvação se encontra em três níveis.

Primeiramente nos tornamos Salvos, perdoados de nossos pecados e lavados pelo Espírito Santo de todos eles, como diz Tito 3.5: “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,”. Depois em nossa vida terrena Deus continua nos Salvando das angústias, depressões e crises que vem ao nosso encontro; não quero lhe dizer que você não terá mais essas coisas, pois o próprio Jesus falou que teríamos (João 16.33); todavia, diante dessas coisas Deus lhe dará a paz e sabedoria necessária para enfrentá-las. E, por último, quando a morte nos vier buscar, nosso lugar para uma vida sem fim estará garantido, em um lugar de alegria, alento, justiça e paz; e o melhor de tudo, no lado do verdadeiro amor, que é Deus. Mas, para aqueles que não querem receber e viver com Jesus e seus princípios terá que enfrentar a vida terrena com suas adversidades e a morte com seu horror (Lucas 16. 19 – 31).

E você, quer ou não aceitar? Se sua resposta for sim, é preciso de tais pontos:
Ø Reconhecer sua necessidade (sou um pecador);
Ø Dispor-se a abandonar seus pecados (arrependimento);
Ø Creia que Jesus morreu na cruz por você e que ele ressuscitou; e
Ø Em oração, peça que Jesus venha e assuma o controle de sua vida, por intermédio do Espírito Santo (receba Jesus como Senhor e Salvador).2

Ore assim: “Deus reconheço que não andei como o Senhor gostaria, sem agradecer com a minha vida o sofrimento que Jesus, o Cristo, sofreu por mim; para me limpar, me Salvar e dá a paz para esta vida, e a Salvação após da tão terrível morte. Mas, hoje assumo que errei, e quero receber essa Salvação a partir deste momento que reconheço que sou um pecador e necessito de ti, aceitando – o como Senhor e Salvador pessoal da minha vida, e o meu mais novo amor. Em nome de Jesus, Amém!”.

Você que está começando essa nova linda etapa na sua vida, é necessário que siga esses passos:
Ø Ler a Bíblia diariamente, para conhecer a Cristo;
Ø Conversar com Deus em oração todos os dias;
Ø Falar de Cristo aos outros;
Ø Adorar, ter comunhão e servir ao Senhor, juntamente com outros cristãos em uma igreja que pregue a verdadeira mensagem de Cristo (procure uma igreja); e
Ø Como representante de Cristo neste mundo carente, demonstre sua nova vida, através de seu amor e cuidado para com os outros.3


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
João 3. 16

Maurício Montagnero.

1. Retirado do folheto evangelístico de Billy Graham “Como alcançar a paz com Deus”.
2. Retirado do folheto evangelístico de Billy Graham “Como alcançar a paz com Deus”.
3. Retirado do folheto evangelístico de Billy Graham “Como alcançar a paz com Deus”.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nosso aprendizado e as pessoas Hostis.

“Dentre das coisas que me aborrecem, destaco duas: O que eu faço certo ninguém lembra; o que eu faço errado ninguém esquece.”


Deparo-me ás vezes com circunstâncias em nossas vidas que me provoca um íntimo aborrecimento, pelo que nos falam, pelo que nos fazem, pelas traições que cometem e pela falta de reconhecimento e compaixão dos próximos pelas nossas pessoas. Exigi-mos dos indivíduos que estão em nosso redor, algo que não podemos transmitir e aplicar em nossas próprias vidas e assim magoamos as pessoas com o nosso falar, nossas ações e nossas condutas não honestas com os outros. Neste instante venho a me lembrar daquela música que tem a seguinte letra: “Devia ter aceitado as pessoas como elas são”.

Existe uma linha filosófica conhecida como existencialismo, que foi fundada no século XX. Os pensadores que a deram origem se inspiraram no Filósofo Cristão Dinamarquês Soren Kiekegaard. Essa linha reflete sobre a liberdade e as experiências que o ser tem como tal; enfatizando várias coisas em cima de outras, especialmente o amor à cima da lei. Essa linha veio dá suas contribuições para o Cristianismo; algumas negativas, porém, outra positivas. E uns dos seus lados positivistas é o amor à cima da lei, se relacionando com o ensinamento de Jesus (Mt 22.39).

Afinal, onde eu estou querendo chegar? Somos seres que vamos aprendendo conforme nossas vidas vão passando. Todos nós temos defeitos que precisam ser corrigidos e arrumados, entretanto, vivemos em meio de pessoas que se acham perfeitas e não aceitam correções e ainda tentam nos corrigir com hostilidade e sem sentimentos. Esquecem que o próprio Cristo corrigia os pecadores com amor e compaixão, temos vários exemplos e o que eu mais gosto de destacar é a mulher que ungiu os Teus pés (Lc 7.36 – 50). Eu me confundo no meio deste povo, dito povo de Deus, pois suas atitudes com as pessoas são discrepantes diante a palavra do Senhor.

Eu e você somos seres existentes que estamos aprendendo com a vida e nos corrigindo com erros que cometemos. Estou aqui para lhe dar uma palavra de ânimo! Tentamos mudar nossos erros e falhas, oramos, jejuamos e chegamos a pensar e a sentir a mudança que Deus tem feito em nossas vidas, mas, de repente vem alguém e nos humilha e nos entrega palavras indelicadas que desanima-nos. Não permite que a baixa auto-estima te alcance através de ditos-cujos que não sabem amar nas palavras, e pior, não sabem o que falam. Somos servos do Senhor sendo moldados conforme seu amor. Se existem pessoas que não honra e não vê isso em nós, não preocupemo-nos, pois o próprio Jesus não foi honrado na sua pátria (Lc 4.24).

As coisas certas que temos feito, Deus tem visto; se no cotidiano da nossa existência estamos aprendendo e mudando, Deus tem visto e lembrado. Se estivermos errando, Deus nos ajuda a mudar; se erramos, mas estamos nos modificando, Deus esquece desses erros. Pois, somente Ele nos olha com os olhos de amor e nos inspira a continuar a caminhada na nossa existência humana e cristã, nos ensinando e nos amando acima de qualquer outra pessoa.

Portanto, todos nós vamos ser imitadores de Deus (Ef 5.1). Aceitando as pessoas como elas são! As amando e as ajudando a se modificarem conforme estão vindo-a-ser. Tirando dos nossos corações a tirania, tirando dos nossos lábios as críticas; e colocando no lugar desta “legislação” a compaixão. Enquanto os que são atingidos pela falta do amor, não se preocupe, mas mude se realmente estiver errado, porém se não estiver, coloque a exasperação do que ouviu e sentiu, nos pés do Senhor.

Maurício Montagnero.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cosmovisão Teista - Judaica - Cristã.(Me desculpem pelos parágrafos não estarem com distância; é o blog que não está permitindo).

O que é Cosmovisão?
Segundo o dicionário de Apologética e Filosofia da religião, cosmovisão é:
Conjunto detalhado de crenças combinadas de forma consistente ou coerente. Uma cosmovisão completa inclui respostas as seguintes perguntas e as mais outras ainda: Que tipo de realidade existe, e qual é a realidade última? Que explicação se pode dar acerca da realidade? O que é conhecimento, e como obte-? O que é uma vida boa para o ser humano e como conquista essa vida? O que é beleza e como se relaciona com a realidade e a bondade?
Através das leituras que efetuei, entendi que cosmovisão é um conjunto de suposições que se crê consciente ou inconscientemente, no qual ensina a origem da vida. A palavra COSMO, significa, "Universo" ou "Mundo"; a palavra VISÃO, significa, "Ver" ou "Enxergar". No linguajar latim, grego, sânscrito, inglês, português e em algumas outras linguas, o verbo "ver" é "conhecer". Ao desfragmentar esta palavra chegamos à conclusão que, cosmovisão é a forma que se conhece, vê, enxerga e entende o que passa no universo e sua origem.
Também pode ser entendida a forma que mostra não só o que está diante de nós, mas explica o que se passa atrás do que vemos.
Concluindo, a cosmovisão é um par de óculos que se encontra na mente dos individuos; que através de suas crenças, enxergam a forma que o mundo existe e veio a existir; o que se passa atrás dele e o que se dá para o entender. Mas, este óculos precisa ser bem ajustado.
A Importância da Cosmovisão.
A cosmovisão é muito relevante e importante. Nos ensina como viver e por que viver. Através do seu ensino, será a forma que a sociedade viverá e enfrentará a vida. Vejamos o exemplo sobre dois povos distintos, que tinham formas diferentes de verem a terra da palestina:
Durante uma excursão em Israel, Darrow Miller observou um outeiro coberto por uma floresta no meio do que, senão esta floresta seria um deserto. Enquanto olhava, percebeu que as árvores eram todas do mesmo tamanho, o que diferia de qualquer outra floresta que ele viu ou explorou. Então viu que as árvores não estavam espalhadas, mas enfileiradas em ordem. Ele perguntou ao professor sobre a floresta. E o professor o disse que havia dois tipos de visão para a terra. Os israelitas, que adoravam Javé, acreditaram em Deus quando Ele disse que era uma terra da qual flui leite e mel. Os palestinos criam que Alá amaldiçoou a terra. Além do lago tiberíades, na Galiléia, Darrow enxergo de novo a visão Israelita funcionando: lindos campos ao longo da costa, um trator preparando as rochas vulcânicas e cardos para caminhões de entulho, preparando novos campos para o plantio.
Vemos que são dois povos com duas visões diferentes para a mesma terra. Mesma terra, diferente visões, diferentes aplicabilidades, conseqüentemente são diferentes resultados. Os Israelitas viram as coisas não apenas como eram, mas também como deveriam ser, e fez que a terra produzisse; e os palestinos abandonaram, deixando-a vazia e feia.
A cosmovisão visão faz a diferença no meio da nação e da sociedade em que é aplicada. Elas serão conforme o seu povo enxergar o mundo!
Cosmovisão Teista: É uma crença que sustenta que existe um Criador, ou seja, Deus. Vê o universo como principalmente pessoal. Exemplos desta cosmovisão são o Cristianismo, Islamismo e o Judaismo.
Cosmovisão Teista - Judaica - Cristã: Historicamente a cosmovisão do Cristianismo ocidental. O teismo que admite a existência do Deus transcendente, infinito, pessoal, que Criou o universo, tanto animado como inanimado, espiritual e físico; separado de si mesmo, mas não independente. Deus é transcendente (fora da sua criação) e imanente (presente dentro dela). Ele está presente e envolvendo todo lugar. O universo está aberto ao propósito e intervenção de Deus. Ele se revelou através de revelação especial, primeiro através da Palavra Escrita, a Bíblia; e depois através da Palavra Viva, Jesus Cristo. Como Deus se revelou a todos os homens (revelação geral), na criação e ao criar o homem a sua imagem, o homem pode usar seu raciocinio dado por Deus para descobrir a verdade sobre Deus e o universo.
Conclusão.
Em suma, acreditamos que as pessoas enxergam o mundo e conforme as suas cosmovisões é assim que elas viverão. Nós como povo de Deus devemos propagar a nossa cosmovisão e sua coerência, que Deus é um ser divino e poderoso, que almeja se relacionar com sua criação, pois é um Deus pessoal. Devemos pregar sobre sua obra principal, que é o Cristo que veio, morreu, sofreu e ressuscitou dentro os mortos, por nós. Ao longo disso, devemos prosseguir com os ensinamentos da Palavra, discipulando-los a viverem como a Palavra ensina, e lógico que isso virá com alguns passos.
Que podemos viver dessa forma realmente, enxergando o mundo como ele é, e ensinando as pessoas a viverem da mesma cosmovisão do teismo - judaico- cristão.
Maurício Montagnero.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Área Relacional e o Salmo 133.

INTRODUÇÃO

Eu gostaria de relatar neste estudo sobre uma área importante da Igreja, que tem sido abandonada neste mundo pós-moderno. Hoje chegamos à Igreja assistimos ao culto e depois vamos embora sem querer nos relacionarmos e termos comunhão com o próximo.

Ao vemos o relato da criação no começo da Sacra Escritura, é muito interessante repararmos que o mundo foi criado em áreas especificas; e uma destas áreas se chama: ÀREA RELACIONAL (Gn 2:18). Neste texto Deus cria a mulher para se relacionar com o homem, não só no sentido sexual, mas, também, no sentido da amizade e do companheirismo. O próprio Deus mostrou o quão é importante que o homem se relacione com outro da mesma espécie.

Mas, quando houve a queda esta área como as outras foram corrompidas, em Gn 3:12 e 13, quando Deus foi conversa com eles para vê o que aconteceu, um começou a jogar a culpa no outro e não assumiram seus erros; Adão jogou a culpa em Eva, e Eva na serpente. Em Gn 4, vemos a famosa história de um irmão que mata o outro por causa da inveja: Caim e Abel. Por consegüinte, reparamos que os seres humanos não sabem mais se relacionarem.

Mas em toda a bíblia vemos que Deus tenta restitui esta área. No decálogo, existem 6 mandamentos para o homem se relacionar melhor com o semelhante. E quando Jesus veio a este mundo, Ele nos ensinou a amarmos o nosso próximo (Mt 22:38 e 39). Quando amamos o nosso próximo como a nós mesmo, não queremos o mal para o nosso semelhante, pois não queremos para nossa existência.

Para mostrar a importância da área relacional e a união dos irmãos no meio da congregação quero meditar em um texto. É o famoso Salmos 133.


Análise do texto (Salmos 133)

“O quão bom e agradável viverem unidos os irmão”

Vemos que este salmo davítico, quer mostrar a importância do povo de Deus viver em adesão. Na época em que este salmo foi escrito, estava havendo uma desunião entre o povo de Israel para com os outros povos. Como sabemos no Antigo Testamento tinha-se a idéia de um Deus tribal, que operava no meio da tribo Israelita; e este povo pensava que somente eles tinham o direito de prestar culto a este Deus, e as pessoas de outras nações não tinham o mesmo direito. No decorrer do livro de salmos salienta-se que o povo de Israel tinha como dever anunciar entre as nações a glória de Deus, e quando eram anunciadas conseqüentemente pessoas reconhecia o Javé como o único Deus. Ao passar do tempo o Israelitas começaram a desprezar as pessoas que eram de povos diferentes, mas que adoravam o mesmo Deus do que eles. Então o salmista está querendo deixar notório no inicio deste capítulo, que as pessoas que crêem em Javé, são importantes para a vida de comunhão; não importa de qual nação seja. Mostra a importância do povo de qualquer aldeia vim ao templo prestar culto.

“...é como o óleo precioso...”

Imagino eu que quando Davi escreveu este Salmo, começou relatando o quão é importante que os irmãos vivam união; mas, no entanto, não ficou satisfeito em escrever só esta frase e começou a pensar: Como eu posso mostrar para este povo a importância da unidade? Como ele queria deixar claro isso ao um povo judeu, talvez tenha começado a se lembrar de objetos e ritos judaicos importantes; e assim fez uma analogia destes objetos e ritos com a Comunhão.

O óleo era um simbolismo de extrema importância aos judeus. Vamos ver para que o óleo servia e fazer a semelhança com a unidade do povo de Deus.

1º O Óleo servia para santificar e consagrar o Sacerdote (Êx 28:14). O óleo tinha este ativismo de santificar e consagrar e assim entendemos o que Davi quis dizer. Logo, um povo que vive unido automaticamente é um povo santificado e consagrado a Deus.
2º Ele também servia para marca um objeto ou uma pessoa para Deus. É notável que o salmista quisesse referir de um povo que vive uma união pragmática, é um povo marcado por Deus e por Sua glória.
3º Podemos fazer uma alegorização com o Espírito Santo (Lc 4:18). Neste texto não podemos falar que o salmistas quis dizer do Espírito Santo. Mas nos dias de hoje pode fazer este paralelo, pois sabemos que o Espírito Santo é comparado ao óleo. Então ao pensarmos hoje, que um povo unido é um povo que tem a presença do Espírito Santo movendo, está correto. E é esta presença que promove a unidade do corpo.

“...a barba de Arão...”

Igualmente ao tópico em cima vamos ver o simbolismo da barba e fazer a comparação com a comunhão.

1º A barba simboliza sabedoria e austeridade Moral. No texto mostra que o óleo desce sobre a barba de Arão, e vimos que o óleo serve para santificar, consagrar e marcar. O que dá para entender?
Assim é o povo que vive unido ele é santificado em sua sabedoria e moralidade, e são marcados por Deus. Portanto, este povo será um povo Sábio e de moral e conseqüentemente refletirá na vida da sociedade.
2º Por que Arão? Este tinha tradição entre o povo, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe Sacerdotal. É isso mesmo, a mesma moral de um individuo igual a Arão, assim é a moralidade do povo de Deus que vive a união.

“....a gola das suas vestes...”

Aqui não tem muito que relatar. A gola aqui, quer falar dos frutos. Quero te fazer uma pergunta, tem como um corpo andar se teus membros estão espalhados? Claro que não! Se uma igreja quer crescer em quantidade e qualidade, se ela que ser uma igreja que produza frutos; tem que estar unida. Lembrando que os frutos produzidos por um povo unido serão frutos de santidade, consagração e frutos que tem a marca de Deus, (pois o óleo desce pela gola de suas veste). A igreja unida produzirá frutos santos, consagrados e marcados para Deus.

“...é como o orvalho de Hermom, que desce sobre os Montes de Sião...”

É muito interessante esta comparação. O Monte sempre foi um lugar onde os Judeus imaginavam que era a moradia de Javé, como diz aquele salmo, “...elevo meus olhos para o monte, de onde me virá o socorro? Meu socorro vem do Senhor que criou os céus e a terra...” e não simplesmente no imaginário judaico mas o próprio Deus afirmava que habitava no monte. Vamos analisar a analogia do orvalho de Hermon, montes de Sião com a união.

Sião é uma aglomeração de montes, e no meio destes montes o maior é o monte Hermom (onde foi construído o templo de Salomão), e o pico deste monte é tão alto que há neve em seu cume, e é dela que vem o orvalho. E orvalho é considerado benção! Pois do orvalho vem à água, que vem a vida, que vem a natureza e que é o bem mais Precioso; e se torna interessante o derreter desta neve, pois através dela começa o nascente do rio Jordão, que leva esta vida à natureza a quilômetros distante. Olha que lindo! Da mesma forma é o povo de Deus que vive unido. Deus do seu trono em cima “do monte”, derrama seu Orvalho (Benção), sobre este povo, fazendo que ele gere vida e floresça e leve esta vida florida a distância. Que maravilhoso, um povo unido é um povo abençoado pelo o Altíssimo, e é um povo que gera uma “natureza florida” em seu meio e leva isso à diante. Quão maravilhoso é um povo que vive em união!

“...Ali ordena o Senhor a sua benção e vida para sempre...”

Que benção será que ele ordena? É as bênçãos conforme o texto mostra que serão dadas conforme o povo se unir. Este texto mostra a extrema importância da igreja de Cristo está unida.
CONCLUSÃO
Que possamos buscar o entendimento da importância da união na vida da Igreja. Acredito que uma das maiores áreas que a igreja tem falhado é a área relacional. Mas, que nós como povo de Deus possamos nos desperta e lutar por essa área e causa, através do Espírito Santo de Deus. Que a igreja do Senhor volte a ser uma igreja cheio de vida e amor!
Maurício Montagnero.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

As tradições metafísicas semelhantes com a do Cristianismo.

As tradições Metafísicas que foram adotadas pelo o Cristianismo foram o Platonismo e o Aristotelismo. As obras destes dois ficaram perdidas por vários tempos, e antes de vim acontecer essa adaptação, aconteceu um contato com outra três metafísicas, que seriam do neoplatonismo, estoicismo e o gnosticismo. Mas ao vermos, essas três linhas não são apenas fontes filosóficas, mas também fontes religiosas (que veremos mais para frente); portanto houve um Sincretismo Religioso, que poderíamos definir como: “a fusão de crenças e práticas religiosas distintas.” Essa fusão resultou as primeiras elaborações metafísicas Cristãs.

1º O NEOPLATONISMO: É uma filosofia retomada das idéias Platão feita por Plotino (205 – 270); o qual sustentava a existência de dois mundos: o primeiro seria o visível, objeto dos sentidos; e o segundo era os da idéias, o objeto da inteligência. No entanto, eles restaurarão isso com uma idéia espiritualista e mística, e isso pode ver pelo um terceiro mundo criado, e esse seria acima destes dois mundos, uma realidade transcendente e inalcançável pelo o intelecto humano, uma luz pura e esplendor imaterial, definido como Uno/Bem; e o Uno seria uma irradiação (emanações), e formou o mundo inteligível, onde estão o Ser, a Inteligência e a alma do mundo, ou seja, ele é a fonte absoluta da existência.
Esse Uno originou o nous (Alma Racional/ Espírito), esse seria a Mente Divina, e através desse o Uno se manifesta a si mesmo, pois sua emanação volta para si; o nous é a fonte de todas as possibilidades de “idéias”, que são as potencialidades essências do ser. O nous produziu a Alma, essa é o principio da vida e do movimento, que movimenta a criação, que são os seres que tem suas almas individuais, e o universo que e é chamado a Alma do Universo. A Alma do universo está entre o nous e o mundo corpóreo, ela reflete o nous e produz o corpo. A Alma universal anima e rege o universo, dando unidade. E ela se realiza nas almas individuais, ou seja, ela tem três níveis, que são: a alma suprema, que permanece em estreita união com o nous; a alma do todo criador do universo físico; e as almas particulares, que animam os corpos, os astros e todos os seres vivos. Temos mais um grau, que é a matéria, ou o mundo perceptível pelos sentidos. Essa seria a imagem de uma existência, sendo ela inexistente. Nela não existe mal nenhum, mas também não tem o “bem em si”, porém tem a capacidade para o bem. O mal que existe no Ser, é a falta do bem no Ser, pois o Uno ao chegar a esse nível, ele já está enfraquecido não se relacionando com ela, e assim não tem o Bem supremo para a sustenta, e pela falta do bem aparece o mal. O Ser – humano que é a feito desta matéria, para ele se torna bom, tem que passar pelo êxtase (ficar fora de si), que é acontecido através da experiência ascéticas, através disso a matéria se relaciona com o Uno e é purificada; mas para isso acontecer tem outros passos, como: 1º Passar pelo o mundo sensível, e as virtudes (a conformidade da vida com os princípios da moral vigente), que é o mudo externo; 2º Passar pela a Alma, que é o mundo interno; e 3º Passar pelo o nous, que é o eterno e o intelecto.

Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø Separação entre o Material – corporal e espiritual – incorporal;
Ø Separação entre Deus – Uno e o mundo material;
Ø A relação da tríade emanacional, com a Trindade; e
Ø Que a Alma humana se relaciona com o Divino, pelo um mediador, não só pelo intelecto, mas existe um mistério divino.

2º O ESTOICISMO: Os Estóicos tinham outra mentalidade. Eles acreditavam que o governante da terra era uma Razão/Inteligência Universal, portanto, o universo tem uma estrutura racional e tudo acontece necessariamente, eles definiam isso com o “Logos”, que era poder divino presente na realidade toda. O homem participa desta razão universal, pois ele possuiu a razão (Logos) e a vontade, esse Logos tem três estágios: 1º É o Logos como principio determinante do movimento de todas as coisas (A Lei da Natureza), esse seria a Razão Universal; 2º É a Razão prática/lei inata em todos os seres humanos, pela qual aceitam como personalidade, com a dignidade e a grandeza do ser humano (A Lei Moral); 3º É a capacidade humana de reconhecer a realidade (A Lei teórica). O homem só se torna sábio, quando pelo o Logos, descobre a natureza, e pela sua ação moral vive nela e molda o universo. Eles acreditam que todos participam do Logos Universal, mas eles eram pessimistas e não acreditavam na sabedoria de todos.
Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø De que existe uma providência racional, que governa todas as coisas;
Ø De abandonar as vontades naturais do Ser, e entregar-se a Razão Universal; e
Ø A idéia de todos participarem ao Logos Universal é a mesma que todos são filhos de Deus.

3º O GNOSTICISMO: Esses eram dualistas, ou seja, acreditavam em duas substâncias; uma era o bem/a luz material, o outro era o mal/treva material. O mundo do mal estava relacionado com o material. Eles também tinham como identidade, o famoso conhecimento esotérico, pode ver isso no próprio nome, “gnósis”, que significa “conhecimento”, um conhecimento adquirido não por aprendizagem ou observação empírica, mas por revelação divina. Para os gnósticos o mundo material era o resultado da vitória do mal sobre o bem, que seria a queda da “sofia” que é a sabedoria, e a Salvação só será efetuada através do conhecimento intelectual e do êxtase místico. Por acreditarem que o material é mal, diziam que o Sagrado não se relacionava com a matéria, só com o espiritual, por isso poderiam fazer o que quiserem com a matéria, onde vem àquela frase deles: “comamos e bebamo, pois morreremos”, e por isso, satisfaziam-se no sexo. O Gnosticismo era um sincretismo de todas as tradições religiosas enraizadas.

Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø Que o mal realmente existe: É o Demônio;
Ø A matéria/carne é o local onde o demônio, isto é, o mal, age sobre o mundo e sobre o homem; e
Ø A visão da criação mediante a queda.

Ao passar do tempo, o cristianismo reorganizou o pensamento grego e sua metafísica (Platão e Aristóteles). Agostinho adotou as idéias de Platão “É preciso Crer para Ver” e daí lançou o livro Cidade de Deus; e Tomás de Aquino adotou os pensamentos de Aristóteles “é preciso Ver para Crer”, e lançou a Suma Teológica. Contudo, isso é um outro assunto a ser estudado.
Mauricio Montagnero.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Relação com o Sagrado.

Quem é Deus? Como defini-lo? Ele existe? Será que realmente há alguém, cuja existência humana tanto busca saber quem é? Há algum ser além do nosso mundo? Quem é esse que transcende? Quem é esse que tem ocupado os questionamentos, dos maiores pensadores? Será que é uma obra de nossa imaginação? São indagações como essas que fazem muito de nós entrarmos em momentos estarrecedores.

Quando estamos falando do Amor de Deus para alguém, é provável que perguntas semelhantes sejam feitas. E daí como responder? Deparamos-nos em um mundo onde temos respostas para tais interrogações. Não é preciso procurar respostas, pois elas já são existentes. Não vivemos em um mundo cujo tempo é definido pelo Iluminismo, que como legado do Modernismo procurava pela razão descobri as respostas.

Acredito eu, que ao me deparar com tais perguntas, procuraria responder que o Divino só pode ser conhecido através de uma relação intima com Ele; de experimentarmos sua presença. Um filósofo do século XVIII, conhecido como Imanuel Kant, dizia que não podemos conhecer o conteúdo do que desconhecemos, senão passarmos por experiência (essa é uma corrente filosófica conhecido como Empirismo, fundado pelo filósofo David Humer, do século XVIII). Por consegüinte, a razão é a forma do conhecimento, e a experiência é o seu conteúdo. Até neste ponto concordo com Kant, e afirmo isso para aqueles que querem conhecer o Divino, ou seja, o nosso Deus. Logo, devemos buscar sua face e experiências pessoais com Ele. Todavia, venho discorda de Kant, quando diz que Deus não pode ser conhecido através da experiência, pois Ele não está no limite de nossa razão; acredito eu que ele fez tal colocação pois não veio a se relacionar com Deus, de uma forma intima e sincera; pois é possivel sim, provarmos Deus por nossa razão como ensina a Teologia Natural; e assim criarmos experiências de intimidade com Ele. Portanto, se quisermos saber quem Ele é, e se Ele existe, assim façamos vínculos de relacionamento e provas Dele; para podermos conhecê-lo(Jr 33:3). Ao clamarmos, conseqüentemente confirmaremos sua Existência. Quer saber se Ele existe, e quem Ele é? Se relacione, clame e busque a face Dele.

Mas se fosse para definir Deus, começaria o definindo com seus Atributos Divinos, que é um termo teológico para falar de atributos pertencentes só a Ele, como: onipresença, onisciência, onipotência, imutabilidade, asseidade, simplicidade, transcendência, dentre outros. Depois continuaria, falando de seus atributos pessoais, que é um termo teológico para falar de atributos que pertence a Ele, mas, também, que é compartilhado com a raça humana, a saber: amor, justiça, sabedoria, alegria, bondade, entre outros. E terminaria falando de um atributo pessoal, que é o amor. Esse atributo faz com que Deus venha ao nosso encontro, que nos ofereça a paz e o amor, faz que Ele tenha misericórdia de nós, ou seja, O impulsiona para se relacionar conosco, para criarmos experiência com Sua presença. Apesar de todo seu poder e atributos, Ele é um Deus de relação e intimo, que deseja se relacionar com sua criatura, portanto, voltamos a idéia do terceiro parágrafo. Se queremos conhecer a Deus, devemos aceitar o seu convite de se relacionar e criar experiência com Ele.

Encerro essa breve meditação, com o texto de Sl 37:4: “deleita-se também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração”. Os questionamentos são variáveis, porém, a nossa relação com o Sagrado faz com que nosso coração ache respostas diante deles, e assim descanse.
Reflita nessa oração de Friedrich Nietzsche: "Oração ao Deus desconhecido"
"Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais elevo, só , minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: 'Ao Deus desconhecido'.
Teu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrilegios.
Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servir-Te.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o imcompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti."

Maurício Montagnero.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mensagem e Propósito do livro de Eclesiastes.

Eclesiastes talvez seja o livro mais desnorteante e desconcertante da Bíblia. Seu ar de desespero mostrando o vazio da vida, a falta de um tom de paz e as condutas reprovadas são mostradas durante o livro. No entanto, o livro deve ser entendido como escrito de um homem natural, onde suas ações e pensamentos estão longe do Espírito de Deus e da revelação divina.

“Vaidade das vaidades, diz o pregador, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. A palavra vaidade no hebraico é “hebhel”, tem o significado de “vapor” ou “sopro”. O refrão citado é o tema central do livro; abordando os outros temas como a transitoriedade e futilidade da vida, e os prazeres terreno. Essas filosofias criadas por mente humana é tudo vaidade, e como o vapor e o sopro, vem e passam, igual a vida de vaidades. Esse tema gira em torno do homem que não vê nada além de sua sepultura, que está vivendo em um estado de ceticismo; mas quando começamos reconhecer Deus como bem supremo, e vemos Ele no caos de nossas vidas, daí vem outro tema implícito no livro que é, o homem arranjado sentido na vida a partir do momento em que começa se relacionar e conhecer o Sagrado. Podermos dizer que a afirmação feita em 12: 13 - 14; é um belo resumo para o propósito da vida, e daquilo que o homem deve buscar sobre a terra. Tendo consciência que os propósitos de Deus são eternos 3:14.

Esse é um livro que faz alusões sobre confiança e pessimismo. Por conseguinte, devemos ver o propósito do livro sobre um homem natural que vive um completo vazio do que faz “debaixo do sol”, em procura de achar o sentido da vida buscando o que está “em cima do Sol”, ou seja, a revelação Divina e a Salvação de Deus.

Maurício Montagnero.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Trindade.

A trindade é o Conceito Cristão de que Deus é um em Essência, apesar de existir como três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. As sementes dessa doutrina encontram-se no testemunho do Novo Testamento sobre Deus se revelando em três formas: como Pai, fonte de todas as coisas; como a Palavra Divina/Filho, que se tornou carne para se revelar o Pai e redimir a raça decaída; e como o Espírito, que concede vida e unidade a Igreja e testemunha acerca do Pai e da Palavra divina/Filho. A terminologia teológica usada pela Igreja para expressar a doutrina tem mudado o significado com o passar do tempo. Os pais gregos falaram sobre três "hipósteses" (entes) em uma "ousia" (ser ou substância), que em latim se transformaram em três "personae" em uma "substantia", ou seja, três pessoas em uma substância. Os termos usados para definir pessoa, entretanto, em grego e em latim, não possuíam o forte sentido de autoconsciência individual encontrado no termo moderno.
Dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus. Vamos vê alguns pontos para entendermos melhor o assunto:

Deus é um só, e não três deuses (Dt 6:4).
Mesmo sendo um Deus, são três pessoas (Mt 28:19).
O Pai é Deus (1Co 8:6)
O Filho é Deus (Hb 1:8; Jo1. 1).
O Espírito Santo é Deus (Atos 5: 3-4)

Existem vários textos que confirma essa doutrina (Mt 3:13 á 17; Ap 1:4 á 6; Gn 1:1 á 3; Jo 14:16; Jo 15:2; Gn 1:26; 1 Jo 4: 2, 13 e 14). Além destes textos existem outros, mas os textos que eu mais gosto para defende-lá são (Is 6:3; Ap 4:8). Vemos que em ambos os textos, a uma Declaração de Santo três vezes, dando ênfase a um só Deus. Por que será? Vejamos o exemplo a seguir:
Santo, Santo, Santo és (o verbo ser na segunda pessoa do singular) o Senhor Deus Todo - Poderoso.
Santo Espírito Santo
Santo Filho
Santo Pai
Então vemos que há uma expressão da segunda pessoa no singular, porém sendo declarado santo trêz vezes, por ser várias pessoas. Sensacional!
Com este exemplo entendemos melhor a questão de Um Deus em três Pessoas Distintas. Encerro esta parte com um texto de Tertuliano, o Apologeta:

“A doutrina da trindade foi divinamente revelada e não construída por seres humanos. Ela é tão absurda aos padrões humanos que ninguém poderia inventar. Não defendemos a doutrina da trindade, por que é evidente por si ou logicamente convincente, nós a defendemos porque Deus revelou que é assim. E como alguém disse a cerca dela: Tente explica-la e você poderá perder a cabeça; mas tente negá-la e você perderá a alma.”

Maurício Montagnero.

Solução Urbana.

Leia Mt 16:16 á 18


Graça e paz! Eu gostaria de compartilhar nas próximas linhas, algo que tem me deixado estarrecido. Vimos que nestes últimos tempos, dois tipos de decisões foram para a Câmara dos Deputados, no Planalto, e agora se encontram no Senado. Um foi para aprovar o Aborto, e outro para aprovar que os casais homossexuais adotem filhos. Peguei esses exemplos por serem assuntos inusitados, porém, o que eu quero relatar vai além destes campos!


Vemos no texto lido, que Pedro confessa que Jesus é o Cristo, e Jesus fala que sobre esta pedra edificaria a igreja Dele. Qual é a pedra que Ele estaria se referindo? Em uma visão analítica do texto salienta-se que a pedra é o Seu nome, portanto, nós que somos a igreja de Cristo, estamos alicerçados em Seu nome. Continuando o texto vemos que Jesus fala que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Tua igreja, que carrega o Teu nome, ou seja, quem está (ou deveria estar) na posição de ataque somos nós, a Igreja! Onde quero chegar? Hoje estamos vivendo em uma sociedade injusta, pecaminosa, imoral, violenta, corrupta, prevaricada e preconceituosa para pessoas de outras classes; pelo simples motivo da Igreja de Cristo não estar se colocando na posição de ataque.


Logo acima relatei duas decisões que estão para serem voltadas. Sabemos que tais assuntos vão contra a palavra de Deus e seus princípios, e como a Igreja de Cristo tem se manifestado diante destas situações? Simplesmente não tem... Meus amados, devemos parar com nossas displicências, e tomarmos o papel que Deus nos deu, de sermos uma Voz Profética no meio desta sociedade que está corrompida pelo pecado; e desta forma abandonamos o medo de denunciar os erros que estão operando no sistema, na lei e no povo. Queremos uma sociedade de alento? Vamos lutar para que os princípios da palavra tomem conta de nossas leis executivas, judiciárias e legislativas; e que essas sejam aplicadas em nossa Nação e Sociedade em que moramos e vivemos. Não precisamos temer com certeza a batalha não será fácil, entretanto, ela será vencida se a Igreja de Cristo perseverar na Justiça Espiritual, o famoso “dikaiosyne”, que é pregar o caminho que nos leva para o céu!

Maurício Montagnero.