quarta-feira, 26 de maio de 2010

IGREJA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Antes de vermos a responsabilidade social da igreja, devemos que saber o porquê que nossas sociedades vivem em situações tão precárias como a pobreza, a fome e a miséria.

Apesar de eventos desastrosos serem bons motivos e boas respostas, como: a guerra, secas e inundação; tem também outro lado da moeda. Esse outro lado é que a pobreza é a conseqüência de uma visão de mundo que as pessoas têm sobre a vida e assim se comportam. Segundo o Maurício Cunha, a Bíblia ensina que a pobreza apesar de ser conseqüência da queda do homem, é, também, a maneira de ver e viver a vida. Assim realmente ensina a parte A do versículo 7 do capítulo 23 de Provérbios.

Porém, disso que vimos nessas linhas devemos que nos perguntar: Qual é a postura que a igreja deve tomar para mudar toda essa situação? Eu gostaria de meditar em um texto muito famoso, que é o milagre de Jesus na multiplicação dos pães e peixes (Mc 6.30 – 44). Aqui nesse texto vemos dois princípios interessantes que a igreja pode aplicar para cumprir sua responsabilidade social.

O primeiro princípio é de que, como Jesus tomou a providência em multiplicar pães e peixes para dar para o povo comer, assim a igreja deve que tomar a atitude de agir socialmente para matar a fome e a miséria do povo, ou seja, dar o peixe para eles. Vemos que Deus sempre agiu em favor desses, podemos ver isso nas leis do Pentateuco que são as leis da rebusca (Lv 19.9 – 10; 23.22; Dt 24.19 – 21) e o ano do Jubileu (Lv 25.8 – 34). Vemos também na literatura profética (Isaias, Oséias, Amós e Miquéias). Vemos ensinamentos de Jesus acerca disso como a parábola do bom samaritano (Lc 10.30 – 37) e a história do grande julgamento (Mt 25.31 – 46). Também vemos essa preocupação na igreja primitiva em Atos 6.1 – 7 e em Tiago 1.26 e 27. Realmente vemos na Bíblia a preocupação de Deus por esses.

Todavia o segundo principio que eu vejo e destaco-o é no versículo 34. Como Jesus teve a compaixão e ensinou o povo, assim à igreja deve tomar a responsabilidade de ensinar os necessitados em uma nova forma de ver o mundo e lutar para se levantarem na vida, ou seja, ensinar a pescar. E aqui eu faço contra – ponto com que eu disse na introdução. Se quisermos que os pobres, famintos e miseráveis sejam ajudados, nós como igreja devemos que ensiná – los a visão cristã. Ensiná – los que os trabalhadores são dignos de seus salários (1 Tm 5.8) e que uma nação que Deus é o Senhor será feliz e próspera (Sl 144).

E acompanhando a idéia de Darrow L. Miller a igreja deve tomar três atitudes para ajudar a comunidade carente e se levantar diante esse segundo principio. Primeiro deve proclamar o evangelho; segundo deve renovar a mente, ou seja, pensar cristãmente em todas as áreas da vida; e por último discipular a sociedade. A promessa de que a nação seria bendita já estava em Abraão (Gn 12.3), e aqueles que crêm em Jesus são descendentes espirituais de Abraão (Gl 3.7). E o nosso mandado é discipular as nações (Mt 28.19), fazendo-as se tornarem discípulas de Cristo e assim filhos de Abraão, se tornando dessa forma benditas. A benção do Senhor sobre a vida em sua totalidade!

De modo nenhum quero pregar a favor da Teologia da Prosperidade ou da Libertação, porém, quero salientar que a igreja tem que ajudar o seu próximo, e que os servos de Deus com uma cosmovisão moldada pelas escrituras têm uma vida em que dar para viver bem e sem miserabilidade. Como o próprio Calvino acreditava que a situação econômica do homem pode ser restaurada pela renovação espiritual da criatura, assim devemos que acreditar e pregar também.

Maurício Montagnero

BIBLIOGRAFIA:

LEITE, L.C Antônio; CARVALHO, V.R de Guilherme; CUNHA J.S Maurício. Cosmovisão cristã e transformação social. Espiritualidade, razão e ordem social. Editora Ultimato. Viçosa, MG; 2006.

MILLER, L. Darrow. Discipulando Nações. Editora FatoÉ. Cuiritiba, PR; 2000.

terça-feira, 11 de maio de 2010

CRISTIANISMO E CULTURA

Devemos que entender que o cristianismo é uma religião que não simplesmente oferece um plano de salvação para uma vida após a morte, mas, sim, como uma religião que abrange a totalidade do individuo até o social e da religião até a cultura.

Quando Deus criou o homem juntamente criou o ambiente. E deu um imperativo ao homem, que podemos ver como um “mandamento cultural” (Gn 1.26 – 30). Porém, quando o homem se rebelou contra Deus, o ambiente, ou seja, o aspecto cultural que estava em volta do homem foi prejudicado (Gn 3.14 – 19). Essa rebelião trouxe dano ao homem e às suas obras.

Agora só há uma maneira de a cultura ser levantada de novo, que é se converte - lá ao Criador novamente. Mas como isso é possível? Em Mt 28.18 – 20, Jesus deu uma ordem aos seus discípulos. Interessante notar que no original grego a ordem não é “fazei discípulos”, mas, sim, “discipulais as nações”, ou como coloca a Bíblia de Jerusalém “fazei que as nações se tornem meus discípulos”. Antes de continuar devemos que entender que nação não é simplesmente um território, mas, também é povo, tribo, língua e raça. Ou seja, uma cultura/sociedade pode ser considerada uma nação. E o nosso dever diante do texto citado é discipular a cultura, ou seja, ensinar os princípios bíblicos e a cosmovisão visão cristã para determinada cultura.

Destaco o que eu escrevi por último. A igreja de Deus deve ensinar sua cosmovisão para a cultura que está inserida, para uma transformação. Pois a forma de como vejo o mundo influencia como vivo nele. Por exemplo, dois povos têm uma visão diferente sobre a terra da palestina. Um acredita que a terra é maldita, quando o outro acredita que ela é abençoada. A parte da terra que pertence ao povo que acredita que ela é maldita está em caos e em plena feiúra. Agora a parte da terra que pertence ao povo que acredita que ela é abençoada está prosperando e a terra está bonita. Visões diferentes de mundo para uma mesma terra, com isso houve resultados diferentes.

Agora quando a igreja discípula a cultura em que ela vive com a cosmovisão cristã, irá influenciar o conjunto de princípios e costumes daquela cultura, ou seja, influenciará a sua ética que se adaptará aos ensinos da palavra. E influenciando a ética e se adaptando aos ensinos da palavra mudará o modo de viver daquela cultura. E é interessante notar que se a igreja se posicionar em trazer a cultura de volta para o Criador, através do ensinamento e da construção da cosmovisão cristã, o reino de Deus será estabelecido em tal cultura.

É importante notarmos isso, que o reino seja estabelecido na cultura, pois se querermos uma cultura de paz, alegre e justa, precisamos tomar essa iniciativa de estabelecer o reino de Deus, pois ele é um reino de paz, justiça e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17).

Concluindo, recapitulo tudo que foi dito. Se quisermos que uma cultura seja cristianizada, precisamos estabelecer o reino de Deus em tal cultura, com o ensinamento e construção da cosmovisão cristã em tal lugar, discipulando assim essa cultura e trazendo-a novamente para os braços do Criador. E há algumas crenças dessa cosmovisão visão que devem se destacadas como: O valor da vida humana, pois o homem é imagem semelhança de Deus; a cultura pode ter a intervenção de Deus e a aplicabilidade da inteligência do homem, assim pode-se construir uma história; a responsabilidade pessoal e social de cada ser – humano; igualdade entre as pessoas, sem discriminação; crer em uma verdade absoluta que é Deus e a práxis de sua palavra; e que o homem é mordomo de Deus e assim trabalha para Deus na cultura e ambiente em que vive.

Maurício Montagnero

BIBLIOGRAFIA:

LEITE, L.C Antônio; CARVALHO, V.R de Guilherme; CUNHA J.S Maurício. Cosmovisão cristã e transformação social. Espiritualidade, razão e ordem social. Editora Ultimato. Viçosa, MG; 2006

WINTER, D. Ralph; HAWTHORNE, C. Steven. Missões transculturais, uma perspective cultural. Editora Mundo Cristão. São Paulo. 1997.

MILLER, L. Darrow. Discipulando Nações. Editora FatoÉ. Cuiritiba, PR; 2000.