Antes de vermos a responsabilidade social da igreja, devemos que saber o porquê que nossas sociedades vivem em situações tão precárias como a pobreza, a fome e a miséria.
Apesar de eventos desastrosos serem bons motivos e boas respostas, como: a guerra, secas e inundação; tem também outro lado da moeda. Esse outro lado é que a pobreza é a conseqüência de uma visão de mundo que as pessoas têm sobre a vida e assim se comportam. Segundo o Maurício Cunha, a Bíblia ensina que a pobreza apesar de ser conseqüência da queda do homem, é, também, a maneira de ver e viver a vida. Assim realmente ensina a parte A do versículo 7 do capítulo 23 de Provérbios.
Porém, disso que vimos nessas linhas devemos que nos perguntar: Qual é a postura que a igreja deve tomar para mudar toda essa situação? Eu gostaria de meditar em um texto muito famoso, que é o milagre de Jesus na multiplicação dos pães e peixes (Mc 6.30 – 44). Aqui nesse texto vemos dois princípios interessantes que a igreja pode aplicar para cumprir sua responsabilidade social.
O primeiro princípio é de que, como Jesus tomou a providência em multiplicar pães e peixes para dar para o povo comer, assim a igreja deve que tomar a atitude de agir socialmente para matar a fome e a miséria do povo, ou seja, dar o peixe para eles. Vemos que Deus sempre agiu em favor desses, podemos ver isso nas leis do Pentateuco que são as leis da rebusca (Lv 19.9 – 10; 23.22; Dt 24.19 – 21) e o ano do Jubileu (Lv 25.8 – 34). Vemos também na literatura profética (Isaias, Oséias, Amós e Miquéias). Vemos ensinamentos de Jesus acerca disso como a parábola do bom samaritano (Lc 10.30 – 37) e a história do grande julgamento (Mt 25.31 – 46). Também vemos essa preocupação na igreja primitiva em Atos 6.1 – 7 e em Tiago 1.26 e 27. Realmente vemos na Bíblia a preocupação de Deus por esses.
Todavia o segundo principio que eu vejo e destaco-o é no versículo 34. Como Jesus teve a compaixão e ensinou o povo, assim à igreja deve tomar a responsabilidade de ensinar os necessitados em uma nova forma de ver o mundo e lutar para se levantarem na vida, ou seja, ensinar a pescar. E aqui eu faço contra – ponto com que eu disse na introdução. Se quisermos que os pobres, famintos e miseráveis sejam ajudados, nós como igreja devemos que ensiná – los a visão cristã. Ensiná – los que os trabalhadores são dignos de seus salários (1 Tm 5.8) e que uma nação que Deus é o Senhor será feliz e próspera (Sl 144).
E acompanhando a idéia de Darrow L. Miller a igreja deve tomar três atitudes para ajudar a comunidade carente e se levantar diante esse segundo principio. Primeiro deve proclamar o evangelho; segundo deve renovar a mente, ou seja, pensar cristãmente em todas as áreas da vida; e por último discipular a sociedade. A promessa de que a nação seria bendita já estava em Abraão (Gn 12.3), e aqueles que crêm em Jesus são descendentes espirituais de Abraão (Gl 3.7). E o nosso mandado é discipular as nações (Mt 28.19), fazendo-as se tornarem discípulas de Cristo e assim filhos de Abraão, se tornando dessa forma benditas. A benção do Senhor sobre a vida em sua totalidade!
De modo nenhum quero pregar a favor da Teologia da Prosperidade ou da Libertação, porém, quero salientar que a igreja tem que ajudar o seu próximo, e que os servos de Deus com uma cosmovisão moldada pelas escrituras têm uma vida em que dar para viver bem e sem miserabilidade. Como o próprio Calvino acreditava que a situação econômica do homem pode ser restaurada pela renovação espiritual da criatura, assim devemos que acreditar e pregar também.
BIBLIOGRAFIA:
LEITE, L.C Antônio; CARVALHO, V.R de Guilherme; CUNHA J.S Maurício. Cosmovisão cristã e transformação social. Espiritualidade, razão e ordem social. Editora Ultimato. Viçosa, MG; 2006.
MILLER, L. Darrow. Discipulando Nações. Editora FatoÉ. Cuiritiba, PR; 2000.
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