quinta-feira, 19 de junho de 2008

As tradições metafísicas semelhantes com a do Cristianismo.

As tradições Metafísicas que foram adotadas pelo o Cristianismo foram o Platonismo e o Aristotelismo. As obras destes dois ficaram perdidas por vários tempos, e antes de vim acontecer essa adaptação, aconteceu um contato com outra três metafísicas, que seriam do neoplatonismo, estoicismo e o gnosticismo. Mas ao vermos, essas três linhas não são apenas fontes filosóficas, mas também fontes religiosas (que veremos mais para frente); portanto houve um Sincretismo Religioso, que poderíamos definir como: “a fusão de crenças e práticas religiosas distintas.” Essa fusão resultou as primeiras elaborações metafísicas Cristãs.

1º O NEOPLATONISMO: É uma filosofia retomada das idéias Platão feita por Plotino (205 – 270); o qual sustentava a existência de dois mundos: o primeiro seria o visível, objeto dos sentidos; e o segundo era os da idéias, o objeto da inteligência. No entanto, eles restaurarão isso com uma idéia espiritualista e mística, e isso pode ver pelo um terceiro mundo criado, e esse seria acima destes dois mundos, uma realidade transcendente e inalcançável pelo o intelecto humano, uma luz pura e esplendor imaterial, definido como Uno/Bem; e o Uno seria uma irradiação (emanações), e formou o mundo inteligível, onde estão o Ser, a Inteligência e a alma do mundo, ou seja, ele é a fonte absoluta da existência.
Esse Uno originou o nous (Alma Racional/ Espírito), esse seria a Mente Divina, e através desse o Uno se manifesta a si mesmo, pois sua emanação volta para si; o nous é a fonte de todas as possibilidades de “idéias”, que são as potencialidades essências do ser. O nous produziu a Alma, essa é o principio da vida e do movimento, que movimenta a criação, que são os seres que tem suas almas individuais, e o universo que e é chamado a Alma do Universo. A Alma do universo está entre o nous e o mundo corpóreo, ela reflete o nous e produz o corpo. A Alma universal anima e rege o universo, dando unidade. E ela se realiza nas almas individuais, ou seja, ela tem três níveis, que são: a alma suprema, que permanece em estreita união com o nous; a alma do todo criador do universo físico; e as almas particulares, que animam os corpos, os astros e todos os seres vivos. Temos mais um grau, que é a matéria, ou o mundo perceptível pelos sentidos. Essa seria a imagem de uma existência, sendo ela inexistente. Nela não existe mal nenhum, mas também não tem o “bem em si”, porém tem a capacidade para o bem. O mal que existe no Ser, é a falta do bem no Ser, pois o Uno ao chegar a esse nível, ele já está enfraquecido não se relacionando com ela, e assim não tem o Bem supremo para a sustenta, e pela falta do bem aparece o mal. O Ser – humano que é a feito desta matéria, para ele se torna bom, tem que passar pelo êxtase (ficar fora de si), que é acontecido através da experiência ascéticas, através disso a matéria se relaciona com o Uno e é purificada; mas para isso acontecer tem outros passos, como: 1º Passar pelo o mundo sensível, e as virtudes (a conformidade da vida com os princípios da moral vigente), que é o mudo externo; 2º Passar pela a Alma, que é o mundo interno; e 3º Passar pelo o nous, que é o eterno e o intelecto.

Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø Separação entre o Material – corporal e espiritual – incorporal;
Ø Separação entre Deus – Uno e o mundo material;
Ø A relação da tríade emanacional, com a Trindade; e
Ø Que a Alma humana se relaciona com o Divino, pelo um mediador, não só pelo intelecto, mas existe um mistério divino.

2º O ESTOICISMO: Os Estóicos tinham outra mentalidade. Eles acreditavam que o governante da terra era uma Razão/Inteligência Universal, portanto, o universo tem uma estrutura racional e tudo acontece necessariamente, eles definiam isso com o “Logos”, que era poder divino presente na realidade toda. O homem participa desta razão universal, pois ele possuiu a razão (Logos) e a vontade, esse Logos tem três estágios: 1º É o Logos como principio determinante do movimento de todas as coisas (A Lei da Natureza), esse seria a Razão Universal; 2º É a Razão prática/lei inata em todos os seres humanos, pela qual aceitam como personalidade, com a dignidade e a grandeza do ser humano (A Lei Moral); 3º É a capacidade humana de reconhecer a realidade (A Lei teórica). O homem só se torna sábio, quando pelo o Logos, descobre a natureza, e pela sua ação moral vive nela e molda o universo. Eles acreditam que todos participam do Logos Universal, mas eles eram pessimistas e não acreditavam na sabedoria de todos.
Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø De que existe uma providência racional, que governa todas as coisas;
Ø De abandonar as vontades naturais do Ser, e entregar-se a Razão Universal; e
Ø A idéia de todos participarem ao Logos Universal é a mesma que todos são filhos de Deus.

3º O GNOSTICISMO: Esses eram dualistas, ou seja, acreditavam em duas substâncias; uma era o bem/a luz material, o outro era o mal/treva material. O mundo do mal estava relacionado com o material. Eles também tinham como identidade, o famoso conhecimento esotérico, pode ver isso no próprio nome, “gnósis”, que significa “conhecimento”, um conhecimento adquirido não por aprendizagem ou observação empírica, mas por revelação divina. Para os gnósticos o mundo material era o resultado da vitória do mal sobre o bem, que seria a queda da “sofia” que é a sabedoria, e a Salvação só será efetuada através do conhecimento intelectual e do êxtase místico. Por acreditarem que o material é mal, diziam que o Sagrado não se relacionava com a matéria, só com o espiritual, por isso poderiam fazer o que quiserem com a matéria, onde vem àquela frase deles: “comamos e bebamo, pois morreremos”, e por isso, satisfaziam-se no sexo. O Gnosticismo era um sincretismo de todas as tradições religiosas enraizadas.

Suas semelhanças que há com a Teologia Cristã, são:

Ø Que o mal realmente existe: É o Demônio;
Ø A matéria/carne é o local onde o demônio, isto é, o mal, age sobre o mundo e sobre o homem; e
Ø A visão da criação mediante a queda.

Ao passar do tempo, o cristianismo reorganizou o pensamento grego e sua metafísica (Platão e Aristóteles). Agostinho adotou as idéias de Platão “É preciso Crer para Ver” e daí lançou o livro Cidade de Deus; e Tomás de Aquino adotou os pensamentos de Aristóteles “é preciso Ver para Crer”, e lançou a Suma Teológica. Contudo, isso é um outro assunto a ser estudado.
Mauricio Montagnero.

Um comentário:

Tiago Nogueira de Souza disse...

Até que para um batista você escreve bem .... hhehehehehe

Brincadeira, parabéns pelo Blog
Um Forte Abraço primo
Tiago "Presbiteriano" Nogueira
www.tiagonogueira.com.br