Precedendo a doutrina da justificação, devemos deixar notório o perdão dos nossos pecados. A bíblia afirma em Rm 3. 23, que todos nós pecamos, e, por isso, estamos separados da glória de Deus. Todavia, na continuação do texto no VS/25, é relatado que pelo o sangue de Jesus, nossos pecados que nos separavam da glória de Deus foram remidos. Estamos livres! Não há mais condenação contra nós por causa de nossos pecados, pois, Cristo nos remiu pelo derramamento do seu sangue na cruz, e hoje perdoa todos os pecados. Se nós cremos em Cristo, Deus não coloca na balança os nossos pecados, outrora, cometidos. E, hoje, obedecemos aos mandamentos de Deus, obediência essa que é fruto da graça de Deus em nossas vidas.
Ao conseguimos o perdão de Deus não por mérito nosso, mas, sim, de Cristo, nós nos tornamos salvos, e várias obras acontecem em nosso ser, obras essas que no conceito teológico é chamado de soteriologia, que é o estudo dos atos salvíficos de Deus; e dentre desses atos se encontra a justificação. O que seria a justificação? O dicionário da Almeida corrigida e fiel irá definir assim:
"È o ato de Deus por meio do qual Ele não
somente perdoa o pecado dos crentes, mas também os
declara perfeitamente justos por meio da imputação da
obediência e da justiça do próprio Cristo sobre eles mediante
a fé. Na justificação, Deus “deposita” a justiça de Cristo na
conta do crente – Ele atribui ao cristão a perfeição moral de
Seu próprio Filho."
Também, através dos meus estudos eu posso descrever que ser justificados por Deus é o conhecimento de que fomos achados inocentes por Ele ao ter sido julgado. Isso se torna um ato legal e um veredicto. Nossos crimes (pecados) não nos condenam mais, e isso ocorre através da graça conforme o texto de Rm 3. 24. Essa graça que foi propagada através de Cristo; logo, a justiça de Cristo foi imputada para nós, sendo reconhecida como nossa a partir do momento em que eu confiei nele. Pela obediência de Cristo, muitos conseguiram a justiça Rm 5. 19.
Agora, através dessa salvação que nos trouxe a justificação todos os rituais da com base para a salvação que se encontrava na legislação da velha aliança estão derrubados. No Velho Testamento as pessoas também eram justificadas não pela fé, mas, sim, pela lei. Vamos nos aprofundar na idéia da justiça e justificação no Velho Testamento. Começa a falar da justiça das pessoas no exílio. O exílio foi um divisor de águas, na idéia da justiça. Antes do exílio pouco se fala da justiça do individuo, pois, eles deveriam andar na justiça nacional, ou seja, a justiça para uma totalidade (povo). Com isso a presença de Deus entre o povo abrangia – os; mas, depois disso a garantia da parte Deus para o povo ficou sendo a lei, que previa claras condições para a justiça entre os indivíduos, e, ao mesmo tempo, a linha que teria que andar para participar da justiça de Deus, e nela permanece. Quando os salmistas se referem como sendo justos, estão querendo falar que são membros da nação onde opera a justiça de Deus. Ou seja, antes do exílio a justificação era para aqueles que faziam parte da tribo, onde habitava a justiça de Deus e suas leis. Logo após o passar do período do Antigo Testamento como do exílio, nós entramos no período intertestamentário, e a justiça começa ter a idéia de bondade (graça). Contudo, doravante, a justificação assume seus conceitos novos no Novo Testamento, deixando a idéia da lei e da nacionalidade, se tornando acessível para todos os povos mediante a fé; mas, veremos isso melhor mais para frente.
A pessoa que mais usa a idéia da justificação no Novo Testamento é Paulo, o apóstolo dos gentios. Ele faz uma ligação interessante com o Antigo Testamento, mostrando que a justificação vem da parte de Deus. Porém, essa justiça é um modo que Ele trata seu povo, baseando – se na sua aliança, constituído – se uma nova humanidade, um novo “Israel” com Judeus e Gentios. E o resultado na vinda de Cristo foi o ato de “declarar justo”, ou seja, a justificação (dikaiosis). Continuando, Paulo mostra que o homem é justificado somente pela fé em Cristo (Rm 5.1), confiando na graça de Deus; por conseguinte, o resultado da justiça de Deus, que outrora era pela lei, agora é a justificação gratuitamente pela graça (Rm 3. 21 e 22). Através da obra de Cristo na cruz, podemos encarar dois aspectos: 1º Só podemos experimentá – la mediante a fé; 2º A sua morte expia nossos pecados, porque, é prova da justiça de Deus.
Antes de encerrar essa seção, gostaria de fazer alusão a dois pensadores. O primeiro é Karl Barth; em sua teoria de justificação ele define que a justiça de Deus é como sendo aquela revelada no evangelho de Rm 1. 16 e 17:
“Ali, fica claro que o evangelho é a revelação da Justiça (dikaiosyne) também chamada de Justificação (dikaiosis) (Rm 4.25 e 5.18) e mandamento (dikaioma) (Rm 5.16). É a revelação da justa decisão final de Deus, que, para todo aquele que a reconhece pela fé, o poder de Deus”
O segundo é J. A. Ziesles. Ele diz que:
“A verdadeira justiça não consiste em cumprimento da lei, pois o cristão morreu para a lei, como caminho da justificação e caminho da retidão. Mesmo assim, se Deus olha para os crentes tão somente como eles se acham em Cristo, pode declará – los justos de modo apropriado, pois Nele – e somente Nele – são justos, devendo, portanto, ser inocente. Aqui nada há de ficção”
A sua idéia de justificação é a mais bem elaborada dos outros pensadores que eu estudei.
Maurício Montagnero.
Um comentário:
Graça e Paz
Irmão Maurício.
Texto muito claro e objetivo.
Gostei muito.
Vamos engrossar as fileiras já sou seguidor do seu blog.
Também estendo o convite para visitar o meu e segui-lo se assim o desejar.
www.jesuscristoprincipedapaz.blogspot.com
Deus o abençoe!
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